Venho de uma terra,
onde nos campos canta a seriema,
nas capoeiras pia o inhambu,
onde as montanhas são onduladas,
os vales cobertos de névoas.
Venho de uma terra,
onde o céu é mais azul,
o sol mais radiante,
a noite mais fagueira,
a lua mais graciosa.
Venho de uma terra,
onde a aurora é mais bela,
o crepúsculo mais dourado,
o arco-íris mais colorido,
os passarinhos mais cantantes.
Venho de uma terra,
dos doces e das quitandas,
do queijo com goiabada,
do berrante e das boiadas,
dos tropeiros nas estradas.
Venho de uma terra,
onde a dança é a catira,
o violão é a viola,
o fandango é o pagode,
a bebida é a pinga.
Venho de uma terra,
onde o povo diz uai e sô,
a prosa tem seu lugar,
as igrejas são centenárias,
as orações cheias de fé.
Venho de uma terra,
onde nasceu o paraíso,
onde o mar quis morar,
onde o céu tem estrelas,
a vida felicidade.
Eu venho das Minas Gerais,
uma terra sagrada,
que levo para onde vou,
dentro da alma e do coração.
José Batista de Queiroz