José Batista Queiroz
No início de 1964, milhares e milhares de pessoas, nas principais cidades do país, saíram às ruas em passeata contra as ameaças de implantação de um regime comunista no Brasil, por parte de João Goulart. Os jornais da época noticiaram toda essa mobilização da sociedade. Basta consultá-los. Em março de 1964, as forças contrárias ao comunismo, lideradas pelos Governadores de São Paulo (Adhemar de Barros), Rio de Janeiro (Carlos Lacerda) e Minas Gerais (Magalhães Pinto), desencadearam a contra-revolução. Não houve nenhum tiro, nenhuma morte. O Apoio da sociedade à causa democrática foi total. Inconformada com a derrota, a esquerda radical se organizou em guerrilha urbana e partiu para ações terroristas. De 1964 a 1968, antes da edição do AI-5, os terroristas assassinaram 19 pessoas a sangue frio e com violência.
Muitas dessas vítimas não tinham nada a ver com a contra-revolução. Eram cidadãos comuns, como vigia, fazendeiro, bancário, trabalhador. Em 20/03/68, antes da edição do AI-5, Orlando Levicchio Filho, um jovem civil de 22 anos, que ia para o trabalho, teve a perna amputada devido à explosão de uma bomba, colocada na embaixada americana em São Paulo por Diógenes Carvalho Oliveira (hoje Diógenes do PT), que tinha feito curso de explosivos em Cuba. Levicchio nunca recebeu nenhuma indenização por parte do Estado e Diógenes, o terrorista, recebe uma pensão de R$1.627,00 . A ação terrorista mais violenta foi realizada em 1966 no Aeroporto de Recife, na qual morreram um Almirante aposentado e um Jornalista, além de 17 pessoas gravemente feridas. Foi idealizada pelo Padre Alípio de Freitas, que tinha acabado de realizar um curso de guerrilha em Cuba. A maioria dessas ações foi pratica pela VPR (Vanguarda Popular Revolucionária), à qual pertencia Dilma Roussef.
O crime mais bárbaro foi contra um soldado recruta (Mário Kozel Filho), de sentinela no QGEx em São Paulo (1968), que morreu despedaçado com a explosão de um carro-bomba. Outro foi contra um Capitão do Exercito americano (1968), aluno de Sociologia na Fundação Álvares Penteado, condenado à morte por um Tribunal Revolucionário - composto por três terroristas - e executado na porta de sua casa, na presença da esposa e dos filhos, com vários tiros de revólver e metralhadora INA. Diógenes Carvalho Oliveira (hoje Diógenes do PT) participou dessa execução e de mais 4 assaltos e 3 atentados a bomba.
Nenhuma das 19 vítimas fatais e das dezenas de pessoas que ficaram inválidas por causa dos atentados, praticados por terroristas entre 1964 e 1968, recebeu qualquer tipo de reparação pecuniária. Os terroristas, porém, receberam polpudas indenizações e aposentadorias. As organizações guerrilheiras foram financiadas e treinadas por Cuba e União Soviética. Seu objetivo não era restaurar a democracia, como dizem hoje, mas implantar um regime comunista. Fizeram parte dessa guerrilha e planejaram ou realizaram ações de roubo, seqüestro, assalto e assassinato muitas figuras que hoje ocupam o poder, como Dilma Roussef, Franklin Martins, Carlos Minc, Juca Ferreira e outros. São essas pessoas que hoje falam em Direitos Humanos e elaboraram o PNDH-3, excluindo da apuração os crimes praticados ou planejados por elas. Estão mentindo para o povo e caluniando a História.
Sem grandes êxitos nas ações urbanas e orientada por Cuba e China, a esquerda comunista desencadeou a guerrilha rural, instalando base em várias regiões do país (Caparaó, Ribeira e Araguaia). A de Caparaó foi inspirada na de Sierra Maestra e financiada por Cuba. A maioria de seus integrantes era formada por ex-militares, expulsos das Forças Armadas. No vale do Ribeira, o mais hediondo de todos os crimes foi praticado por Lamarca, matando, covardemente e sem direito de defesa, o Tenente Mendes, da PM/SP, que havia se entregado como refém. Lamarca matou-o a golpes de coronhadas com fuzil FAL, massacrando o seu crânio.
No vale do Araguaia, um Tribunal Revolucionário da guerrilha condenou o filho de um mateiro (João Pereira) à morte. Em 26/06/1972, foram à casa da vítima, cortaram-lhe as orelhas e depois as mãos, com facão. Em seguida, assassinaram-no com facadas. Tudo foi feito a sangue frio, com requintes de violência e crueldade, na frente dos pais.
Os ex-terroristas, os ex-integrantes da luta armada e os militantes de organizações socialistas buscaram um novo caminho para conquistar e dominar o poder. Infiltraram no Partido dos Trabalhadores e assumiram os postos chaves. Como estratégia para chegar ao poder, amenizaram o discurso radical e vestiram a pele de democratas. Como estratégia para construir um regime socialista/comunista, estão minando, de forma progressiva e sorrateira, os fundamentos da democracia. Escondem as suas reais intenções como as neblinas escondem os vales.
Esta é a história da esquerda no Brasil. Com a derrocada do comunismo, ela se dividiu em esquerda democrática e esquerda socialista. Esta última é a dominante no Brasil, na Venezuela, na Bolívia, em Cuba. Seu objetivo é enfraquecer o capitalismo e a democracia para construir um Estado socialista/comunista. Tem como apóstolos Marx, Trotsky, Lênin e Gramsci. O comunista é teimoso e se guia sempre pela ideologia, nunca pela razão ou pelo direito. Acredita na ideologia mais do que o padre acredita em Deus. É um visionário. É também vingativo, dissociador, autoritário e arrogante. Daí a sua intolerância e rejeição à democracia. A divergência e a pluralidade não fazem parte de seu dicionário ideológico. Minha esperança é que a esquerda democrática se sobreponha a essa esquerda socialista/comunista e possamos continuar na democracia
A esquerda sabe construir um palácio para o socialismo, mas não sabe erguer nem mesmo uma choupana para a democracia.