17 de nov. de 2009

A Ascenção da Esquerda

José B. Queiroz

 

         O comunismo, na forma como foi implantado no mundo, já se encontra no cemitério. Apenas alguns países ainda não receberam a notícia de seu funeral. A esquerda, porém, continua mais viva do que antes. Ela hoje apresenta tonalidades variadas, do extremo para o centro, onde se acomoda a maioria das correntes. Quanto mais no centro, mais se aproxima da democracia; quanto mais no extremo, mais se identifica com a ditadura. Apesar dessa diferença de tonalidade, todas têm como ponto de junção a ideologia socialista. Usam essa maquiagem para enganar o eleitor, ganhar o governo, conquistar o poder e dominar o Estado. Querem fazer tudo isso não de forma violenta, mas por meio das urnas. Até mesmo as democracias mais conservadoras estão acreditando no espírito democrático da esquerda.

 

         Para alcançar seus objetivos, usam todos os métodos disponíveis. Quando oposição, estereotipam as ações em favor dos pobres como compra de votos e desvirtuamento da democracia. Quando governo, ampliam estas ações e as vendem como distribuição de renda e justiça social. Lula tem sido o maior vendedor ambulante dessa arte. O uso do dinheiro, para cooptar os adversários, silenciar os sindicatos e amaciar a mídia, é outra prática incorporada à cultura dos governos de esquerda. Todos agem assim. Isto sem falar na ampliação e no domínio da estrutura do Estado, colocada a serviço da ideologia. Daí a sua apetência pelo poder e pelos cargos. A magia da propaganda é outro instrumento da esquerda.  Ela sabe mistificar a credulidade das massas, substituindo a verdade pela mentira, o real pelo ilusório, a liberdade pela tirania. Ela sabe dominar as mentes.

 

         Outra grande força da esquerda está na capacidade de mobilizar as massas. Os movimentos de rua impactam a opinião pública. Seus líderes são treinados na realização de manifestações. No Governo Lula houve e há muita mais corrupção do que na era Collor. Não há, porém, nenhuma manifestação. Os estudantes sumiram das ruas. A direita não sabe fazer protestos de forma ruidosa. Não é de seu feitio. Suas conversas se passam nos gabinetes, sem repercussão externa. Um governo de esquerda, mesmo sendo incompetente e corrupto, é capaz de levar milhares de pessoas às ruas para prestar-lhe apoio. A minoria sempre se mostrou estridente e carnavalesca, a maioria silenciosa e omissa. Por isso, ela é mais visível e repercutente. A esquerda foi acoplada aos menos favorecidos e às causas populares; a direita, estigmatizada com a riqueza e o interesse da aristocracia. Em todo o mundo, os pobres superam os ricos, tanto no referente a nações como a sociedades.  Quanto mais o eleitor sob na escala social, mais consciente e soberano é o seu voto. Quanto mais ele desce, mais a urna se torna vulnerável e frágil. O voto livre é o instrumento que dá vida à democracia. Muitos ditadores, porém, usam as urnas para se legitimarem no poder. A esquerda usa o manto da democracia para encobrir a sua vocação totalitária. Eles exploram os pobres para se tornarem ricos. Seu objetivo é perpetuarem no poder e desfrutarem de sua magia. O que querem é implodir a democracia, é usá-la para dominar o Estado e implantar o seu regime.