O novo governo tem seis grandes problemas para solucionar: 1) déficit crescente nas transações externas 2) déficit da Previdência Social 3) má qualidade da infraestrutura viária 4) excessiva carga tributária 5) má qualidade da educação e da saúde 6) burocracia excessiva do setor público.
O rombo nas contas externas, que deve chegar até o final de 2010 a US$ 100 bilhões, está relacionado à baixa cotação do dólar, que torna as importações mais baratas e as exportações mais caras. Este derretimento do dólar é ocasionado pela entrada abundante da moeda em busca de remuneração mais rentável para o capital, devido às altas taxas de juros praticadas no país. Não é apenas a cotação do dólar que influencia nas exportações. O alto custo da produção deixa os nossos produtos pouco competitivos no mercado internacional. É mais rentável exportar um produto "in natura" do que um produto com valor agregado. Este alto custo Brasil está sucateando o parque industrial brasileiro.
Este custo Brasil se deve também à excessiva e complexa carga tributária. São inúmeros tributos que incidem, sob a forma de cascata, na produção industrial do país. Outro fator de custo incidente sobre o produto exportado é a precariedade dos meios de transporte. Quase metade da rede viária precisa ser melhorada para que ofereça condições para o transporte da produção. Suas más condiçoes encarecem o custo. Portos e Aeroportos operam no limite de sua capacidade.Precisam ser melhorados e expandidos. Além dos tributos e dos transportes, a burocracia pública encarece a produção e dificulta as exportações. As empresas privadas são obrigadas a ter, em seu quadro de empregados, um verdadeiro exército de funcionários públicos, para vencer a burocracia e manter em dia o pagamento dos impostos e dos tributos sociais. A corrupção do setor público é outro ingrediente que afeta o custo Brasil. Segundo relatório da ONU, o Brasil é o 69º país mais corrupto do mundo. Em 2010 manteve a mesma nota de 2009. Não houve, portanto, nenhuma melhoria.
A educação e a saúde, que representam as bases para o desenvolvimento do país, continuam patinando na falta de qualidade. A saúde está um verdadeiro caos. A educação superior expandiu em quantidade, mas perdeu muito em qualidade. A produção científica, que depende de pesquisa, está em ritmo extremamente lenta por falta de investimentos, comprometendo o futuro do país. A educação básica tem melhorado, mas se mostra incapaz de abastecer o mercado com mão-de-obra qualificada. O analfabetismo ainda bate em torno de 10% da população. Ele ainda nos envergonha. De 2003 a 2009, houve uma redução de apenas 1,9% no índice de analfabetismo. O Brasil é um país que ainda tem muitos desafios pela frente. Além disso, a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 exigirão investimentos específicos.