O objetivo das forças políticas de um país é o poder. Não medem esforços para que possam exercê-lo pelo maior tempo possível. Ao longo da história, em muitos países os políticos mistificaram pessoas ou ideias para o domínio do poder. Não nos faltam exemplos. Tivemos o nazismo na Alemanha, o fascismo na Itália, o maoísmo na China, o peronismo na Argentina, o trabalhismo no Brasil. Transformaram a liderança de uma pessoa numa força política. Hugo Chaves faz tudo para se transformar no pai do bolivarismo sul-americano, associando a idéia a uma ideologia socialista/comunista. Essa estratégia política às vezes gera bons resultados eleitorais.
É com essa visão estratégica que a esquerda no Brasil está trabalhando. Ela chegou ao governo mediante o abandono da linha radical e a aliança com as forças de centro. Uma vez no governo, seguiu os mandamentos de Lênin. Apoderou-se da estrutura do Estado e dominou a mídia e os movimentos populares. Usou, de forma pirotécnica, os termos democracia e liberdade para confundir a sociedade. Suas reais intenções são outras. Aos poucos conquistou o poder e, então, iniciou um movimento na direção de suas origens. Seu objetivo é a construção de uma sociedade socialista/comunista. As forças políticas aliadas estão sendo, gradativamente, ajustadas a seus dogmas ideológicos ou reduzidas a posições subalternas. Essa esquerda é capitaneada pelo Partido dos Trabalhadores. Esse movimento do partido na direção da esquerda radical está explícito no programa de governo, aprovado no 4º Congresso do Partido e que deverá ser seguido pela candidata à Presidência da República. É um programa, à semelhança do PNDH-3, com traços marcantes de uma ideologia socialista/comunista.
O PT não abre mão de ser o berrante da boiada, de se firmar como líder das forças de esquerda. Trabalha para eleger a sua candidata a Presidente. Só assim poderá dar continuidade ao seu projeto político de instalar no Brasil uma sociedade socialista/comunista. Para eleger a candidata, quer aproveitar a popularidade do Presidente Lula e transformá-la numa força política, com o nome de lulismo, capaz de dominar o poder por algumas décadas. Este lulismo tem como força motora, além da popularidade do Presidente, os programas sociais, consolidados em uma única lei. Assim, a força política que elegerá a Dilma não será o PT e nem a dos demais partidos aliados, mas o próprio lulismo. Dilma será identificada para o eleitor como mãe dos programas sociais e Lula com o pai. Na política nada é previsível, porque o cenário é mutável. Veja o que ocorreu no Distrito Federal. A candidata do PT pode escorregar no caminho, seja por mudança de cenário, seja por não contagiar o eleitor, seja por erro de estratégia. A verdade é que ninguém sabe o que está na cabeça do eleitor e nem como ele reagirá diante de novos fatos. A cabeça do eleitor está mais para a economia do que para a ideologia.