17 de abr. de 2011

Saudades do Batalhão da Saudade

Gen Ref José Batista Queiroz

Nos anos 60, os jovens convocados para prestarem o serviço militar obrigatório, em Brasília, eram do interior de São Paulo. Ficavam um ano longe de suas famílias. Depois retornavam para as suas cidades e pouco se encontravam. Após 25 anos da baixa da turma de 1965, criaram em Franca-SP uma associação, à qual deram o nome de Batalhão da Saudade. No início, reuniram-se os granadeiros dos anos 60 e, posteriormente, todos os demais passaram a ser convidados.


A cada ano, eles se reúnem numa determinada cidade do interior de São Paulo. Nesses encontros, revêm os amigos, relembram as coisas da caserna, recordam os bons tempos de soldado que não voltam mais. Alguns levam a esposa, os filhos, os netos. As dificuldades por que passaram, as saudades que sangraram seus corações, as emoções que fluíram em seu corpo, as recordações que ficaram eternizadas em suas almas, tudo isso criou neles um vínculo de companheirismo, um laço de amizade, uma união inseparável.


No dia 26 de março de 2011, esse encontro do Batalhão da Saudade realizou-se na cidade de Ibitinga-SP, cuja autonomia político-administrativa data de 1890. O nome é de origem tupi-guarani e quer dizer "terra branca". Sua população é de 83.000 habitantes. É conhecida como a cidade dos bordados. O grande segredo do sucesso dos bordados é a qualificação da mão-de-obra.


O encontro em Ibitinga foi um grande sucesso. O Batalhão da Guarda Presidencial levou a sua Banda de Música e um Pelotão para prestigiar o encontro. A apresentação da Banda e a demonstração do Pelotão, na Praça Jorge Tibiriçá, foram muito admiradas e aplaudidas por moradores da cidade, granadeiros e seus familiares. Foi uma festa de confraternização de companheiros e amigos. Os veteranos do BGP se encontravam e se abraçavam, relembrando os velhos tempos de caserna, aqueles tempos que passaram longe da família, com saudade da terra natal, mas cumprindo o seu dever de cidadão. Foram tempos de emoções, de aventuras, de muitas histórias, histórias que só eles sabem. Esses granadeiros de ontem são inesquecíveis no Batalhão da Guarda Presidencial. Lá deixaram o seu exemplo de soldado e parte da história de suas vidas. Parabéns granadeiros pelo 22º Encontro do Batalhão da Saudade.

14 de abr. de 2011

REFORMA POLÍTICA

José Batista Queiroz
 

            Estão sendo discutidas no Congresso Nacional as bases para a reforma política. Existem aspectos que devem ser repudiados pela sociedade.  Um deles é o financiamento público de campanha. A saúde,  a educação,  a segurança e a infraestrutura do país estão em precárias condições. A justificativa é a falta de recursos. Se não há dinheiro para atender a essas necessidades, agora querem usar o dinheiro do contribuinte para financiar campanhas políticas. É muita safadeza. É colocar o interesse da classe política acima dos interesses do cidadão e da sociedade. Outro ponto que constitui um verdadeiro acinte à inteligência do eleitor é a chamada lista fechada. O eleitor não poderá mais escolher o seu representante no Congresso. Os caciques de um partido escolhem aqueles que irão compor a lista. O eleitor votará no partido e os primeiros da lista serão os eleitos. Isso nada mais é do que o continuísmo da oligarquia. Essa lista  é a porta aberta para a corrupção dentro do partido.  Isso não oferece abertura para uma renovação do poder político. Sem renovação não há esperança. Sem esperança não há democracia. Dessa forma os caciques continuarão comprando votos e mandando no país. Isso nada mais é do que a abolição do voto direto. Será, portanto inconstitucional. A Constituição Federal é clara no seu §4º  do Art 60 que diz: Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendentes a abolir: I - ......II – o voto direto,... Um aspecto que seria muito saudável para a democracia seria a proibição de coligações partidárias nas eleições. As coligações deveriam ser realizadas após o pleito eleitoral, visando a garantir a governabilidade. As coligações anteriores ao pleito estimulam a existência de partidos pequenos, que vendem o seu tempo na TV para os grandes. O importante para a democracia é que todos os candidatos tenham a mesma oportunidade nas eleições. As doações de campanha, feitas por pessoa jurídica, deveriam ser proibidas, visando a reduzir a influência do poder econômico. Atualmente, grandes empresas fazem doações substanciais para os candidatos com maior possibilidade de vitória e, depois, cobram a conta no superfaturamento de obras públicas ou em benefícios financeiros. Por outro lado, as empresas que patrocinaram candidatos derrotados são retaliadas pelo governo após as eleições. A redução do poder econômico nas eleições melhora o perfil da democracia.